Este é o primeiro post de conteúdo do nosso Blog (neste site que ainda está em construção). Como eu disse no insta @ballet_paratodos, no aplicativo não cabe explicações detalhadas, já que os caracteres são limitados, por isso trago as explicações para este blog.
Nosso conteúdo de hoje é a querida (ou amedrontante):
PIRUETA.
O que é?
É a volta completa do corpo em apenas um pé de apoio (na ponta ou meia-ponta). São realizadas en dedans (girando para dentro, em direção à perna de apoio) ou en dehors (girando para fora na direção da perna levantada). As piruetas podem ser realizadas em qualquer posição, como sur le cou-de-pied, en attitude, en arabesque, à la seconde, etc. (Em breve teremos novos posts sobre cada tipo).
Como fazer uma pirueta perfeita:
Antes de começar, vale lembrar de executá-las em ambientes amplos seguros (livres de quaisquer objetos ou obstáculos) e com calçados/sapatilhas que deslizem no solo, mas que não sejam escorregadios. Como dito, as piruetas podem ser feitas de qualquer posição, os braços podem variar muito também, principalmente nas posições de preparação e de finalização de cada pirueta, portanto é importante encontrar seu eixo em cada etapa da pirueta que vai treinar. As imagens aqui expostas são apenas um exemplo de inúmeras formas de execução, algumas etapas da preparação não precisam ser feitas (ex: etapa 1, 2 e 3) e na etapa número 5 pode-se continuar com o braço conforme a ilustração 4.
Sem mais delongas, vamos ao passo a passo tomando como exemplo uma pirueta simples en dehors da quarta posição:
1. Preparatória:
Independente da posição que estiver, antes de iniciar qualquer giro no Ballet deve-se mentalizar a função de cada parte do seu corpo para cada movimento, lembrando que o corpo todo é trabalhado no giro. Quando treinamos somente a pirueta (Não estando dentro de uma sequência de passos), o correto é estarmos em alguma posição preparatória (Lembrando que há diferenças entre as metodologias/escolas). Nesta fase o quadril já deve estar encaixado e assim permanecer até o final do giro. Neste exemplo os pés estão em quinta posição.
2. Port de bras:
Para cada início de exercício/sequência posicionamos os braços de forma harmoniosa ao ouvir as primeiras notas musicais, chamamos isso de “Port de Bras”. Neste exemplo os braços sobem para a primeira posição.
3. Tendu
É feito como movimento de transição do pé de trabalho que abre Tendu (neste caso o pé direito à la seconde, mas já pode ser derriére). Os braços abrem em segunda posição.
4. Plié
Este é o primeiro passo essencial para a pirueta. Muitas professoras pedem um plié na quarta posição, daí logo colocamos os pés em distância de um pé (pois este é o ideal para a quarta), porém neste caso o pé de trás deve se posicionar a uma distância maior do pé da frente e afundar muito pra pegar impulso maior pra subir. Pode ser feito distribuindo o peso nos dois pés ou com o plié apenas no pé da frente. O braço (do mesmo lado do pé que está atrás) fecha em terceira posição. Nesta etapa o corpo todo já deve estar preparado, quadris e ombros alinhados, costas firmes, abdome contraído, cabeça e olhos focados para frente em um ponto definido que deve estar no nível dos olhos.
5. Abrir os braços (*opcional)
Alguns professores ensinam abrir os dois braços (segunda posição) pra pegar mais impulso, mas também pode ser feito com o braço em terceira, como já estava na etapa anterior, o que fica visivelmente mais bonito e pode auxiliar no equilíbrio. É sempre bom testar as duas maneiras pois cada corpo pode adaptar-se melhor a uma delas.
6. Relevé/Retiré/Passé
Os dois calcanhares atuam em relevé ao mesmo tempo que o pé de trabalho sobe pra Retiré derrière, de côté ou devant (passé), fica a seu critério. No nosso exemplo é feito um passé onde o pé de trabalho se apoia à frente do joelho para melhor execução da pirueta en dehors. O giro inicia aqui, portanto o corpo deve estar bem equilibrado sobre a perna de apoio em ponta ou na meia-ponta mais alta. O(s) braço(s) se fecha(m) arredondados para auxiliar o impulso, mas permanecem imóveis durante o giro. As costelas se fecham e as escápulas se firmam. Com o olhar ainda focado no ponto fixo.
7. Cabeça gira
A cabeça é a última a se mover à medida que o corpo se vira de costas ao espectador. Neste exemplo (en dehors) ela gira rapidamente pro lado da perna de trabalho.
8. Cabeça volta
A cabeça é a primeira a chegar de frente ao espectador. Esse trabalho dos olhos e cabeça enquanto gira é chamado de “spotting” ou “marcar cabeça”, essencial para direcionar o giro e dar dinâmica ao tronco.
9. Descida
Esse é o momento mais temido devido a inércia. Mas tenho uma dica: Depois de executar o(s) giro(s) o ideal é que os braços e as pernas vão se abrindo pra ajudarem a diminuir a velocidade e o calcanhar do pé de apoio desce ao solo fazendo um demi-plié, forçando todo o peso do corpo para baixo enquanto o pé de trabalho vai se extendendo para trás.
10. Pose final
Com a perna de trabalho estendida para trás e o pé de trabalho já em solo, todo o corpo deve ficar imóvel em uma pose, comumente com os braços alongados (posição de sua preferência). Nesta etapa pode-se tirar o olhar do ponto de foco inicial. Também pode ser feito em outras posições.
Obs.: Os termos de posições de pés e braços aqui citados são da Escola Inglesa.
Além dessas dicas, farei o próximo post do Blog com muitas outras dicas importantíssimas para ajudar na execução da pirueta e de outros giros. Inclusive com vídeo e alguns exemplos de exercícios preparatórios. Não perca!
Nota: Espero manter este blog sempre em dias, sem deixar de publicar no insta também. É uma missão que consome muita dedicação e tempo, mas sigo na luta! Obrigada aos apoiadores de um Ballet para Todos! 💜
Ilustrações: www.i-l-fitness-jp.com
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