COVID-19 ou 2019-nCoV
Neste momento em que devemos ter muito cuidado com notícias e informações falsas sobre o novo coronavírus reuni algumas informações publicadas pela CNN Brasil em entrevista com o Dr. Robert Legare Atmar, especialista em doenças infecciosas da Escola de Medicina Baylor, no estado americano do Texas e com Dr. Renato Kfouri, diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) e mais abaixo informações oficiais da OMS (Organização Mundial de Saúde).
DE ACORDO COM A CNN BRASIL:
Mito: Beber água protege contra o novo coronavírus.
Alegação: “Se você não beber muita água regularmente, o vírus pode entrar na traqueia e nos pulmões.” Quem escreveu essa “dica” também disse que as pessoas devem beber água “a cada 15 minutos, pelo menos”, para limpar o vírus da garganta e do estômago, onde o ácido gástrico supostamente o mata.
Realidade: Dr. Atmar afirma que não há evidências que comprovem que isso funciona. “Mesmo que funcionasse, o que não acontece, as pessoas inspiram pelo nariz, não apenas pela boca”, disse. “Isso protegeria apenas a boca, e não o nariz.”
Mito: Fazer gargarejo com água e sal protege contra a CODIV-19.
Alegação: “Uma simples solução de sal e água quente é o suficiente.” Além do gargarejo, a publicação também sugere que beber água quente pode matar o vírus.
Realidade: Com base em dados relacionados a outras viroses respiratórias, água salgada “não deve funcionar”, afirmou Dr. Atmar. Ao recomendar que se beba água quente, a publicação sugere que a temperatura da água inativa o vírus, o que Dr. Atmar garante que é inteiramente incorreto.
Mito: Se conseguir segurar a respiração por 10 segundos, você está bem.
Alegação: “Respire fundo e segure a respiração por mais de 10 segundos. Se você conseguir fazê-lo sem tossir, sem desconforto, não está infectado com o novo Coronavírus.”
Realidade: Dr. Atmar ressalta que isso “não está correto”. “Quando alguém tem uma infecção viral, pode ser difícil respirar fundo e não tossir porque as vias respiratórias ficam irritadas. Isso é tudo que pode significar. Não tem nada a ver com fibrose, mesmo que as pessoas que tenham fibrose possam ter problemas ao fazer o tal teste. Conseguir segurar a respiração por 10 segundos também não significa que alguém não tem o novo coronavírus”.
Mito: Se o nariz está escorrendo, é apenas um resfriado.
Alegação: “Se você está expectorando e com o nariz escorrendo, é um resfriado comum. A pneumonia do novo coronavírus é uma tosse seca sem nariz escorrendo.”
Realidade: Isso não é completamente verdade. Nariz escorrendo pode ser um sintoma de gripe, alergias ou outras doenças. E apesar de muitos pacientes com COVID-19 apresentarem tosse seca, os que têm pneumonia resultante da doença também podem apresentar uma tosse “molhada” que produz catarro, de acordo com Dr. Atmar.
Mito: Se você tem o novo coronavírus, contrairá pneumonia.
Alegação: “O vírus gruda no fluido nasal que entra na traqueia e, depois, nos pulmões, causando pneumonia.” A publicação também diz que o vírus infecta primeiro a garganta, o que dá aos pacientes dor de garganta por três a quatro dias antes de grudar no fluido nasal.
Realidade: Isso também não é preciso. O tempo para os sintomas do novo coronavírus aparecerem varia de paciente para paciente, e nem todos apresentam dor de garganta, segundo Dr. Atmar. Além disso, nem todo mundo com dor de garganta tem o novo coronavírus, e nem todos os pacientes com COVID-19 irão desenvolver pneumonia.
Mito: Pacientes com o novo coronavírus têm uma sensação de afogamento.
Alegação: “A congestão nasal não é do tipo comum. Você sente como se estivesse se afogando”.
Realidade: “Isso não se parece com qualquer outro vírus respiratório que infecta pessoas, e muitos pacientes com o novo coronavírus não têm infecção nasal”, disse Dr. Atmar.
Mito: Quando uma pessoa com COVID-19 é hospitalizada, os pulmões já têm fibrose.
Alegação: “Quando o paciente apresenta febre e/ou tosse e vai ao hospital, normalmente 50% do pulmão já está com fibrose e é tarde demais”.
Realidade: “Essa informação é extremamente alarmista”, afirmou Dr. Atmar. “A fibrose se desenvolve apenas na minoria dos pacientes, e 80% dos que têm o novo coronavírus apresentam somente os sintomas leves da doença.” A fibrose é uma cicatriz irreversível nos pulmões, o que pode levar a uma falha respiratória. O período de incubação para a COVID-19, explicou Dr. Atmar, é de 2 a 14 dias. Os sintomas costumam aparecer entre 5 e 6 dias após a exposição ao vírus, com a primeira semana de tosse, dor de garganta, febre e dor nos músculos. Apenas a minoria dos pacientes tem uma segunda semana de sintomas respiratórios severos e corre risco de ter fibrose.
Mito: Prefeitura de São Paulo está testando para o coronavírus em domicílio.
Circula pelo WhatsApp uma mensagem que recomenda a quem sentir sintomas gripais ligar para a prefeitura, que o município enviaria profissionais para fazer o teste da COVID-19 em casa.
Realidade: Não é verdade. No momento, a Prefeitura só está testando pacientes internados. Vale lembrar também que o exame convencional para detectar o novo coronavírus é feito pela coleta de saliva, e não de sangue.
Mito: Beber água quente ou chá mata o coronavírus.
O que eu mais vejo são pessoas compartilhando notícias falsas sobre bebidas quentes para prevenir ou matar o Coronavírus.
Realidade: O vírus não pode ser combatido com a ingestão de bebidas quentes. Os antibióticos também não são recomendados para prevenção ou tratamento. Segundo o Ministério da Saúde, ainda não há um medicamento ou substância específica, vitamina, alimento ou mesmo vacina para evitar a doença. A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) ressalta também que a vacina da gripe não protege contra o novo coronavírus, apenas contra o influenza. Além disso, a associação informa que não há evidências científicas que comprovem a eficácia de medidas relatadas nas redes sociais, como lavar o nariz com água e sal, comer alho ou passar óleo de gergelim no corpo.
Mito: O coronavírus não tem cura e mata em alguns dias.
Boatos indicam que, na primeira fase da doença, há ocorrência de tosse seca e, dias depois, ela evolui para pneumonia, se tornando letal.
Realidade: A maioria das pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus sobreviveram, ou seja, é possível se recuperar da doença. Ainda não há um tratamento específico para o novo coronavírus, mas pesquisas estão em desenvolvimento. A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é procurar um médico assim que se manifestarem sintomas mais fortes do que uma gripe comum, como coriza, dor de garganta, dor de cabeça, febre, dor nos músculos e dificuldade para respirar.
Verdade: Máscaras protegem proliferação do COVID-19
As máscaras são recomendadas para pacientes identificados como casos suspeitos da doença. Elas devem, inclusive, ser usadas para que a pessoa chegue a um local de isolamento. Uma vez neste ambiente, recomenda-se que qualquer um que entre no quarto ou tenha contato com o paciente utilize a máscara. Em outras situações, a SBI diz não haver necessidade.
Mito: O vírus não sobrevive em temperaturas maiores de 26ºC.
Realidade: É falso que o coronavírus seja eliminado por temperaturas a partir de 26ºC. No entanto, o clima mais quente dificulta a multiplicação do vírus. Como a maioria das doenças respiratórias, a infecção causada pelo COVID-19 se prolifera melhor em climas frios e secos. Renato Kfouri, diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), acredita que esse seja um dos motivos pela rápida transmissão em países do hemisfério norte.
Verdade: Evitar passar as mãos em corrimões, pois o coronavírus sobrevive cerca de 12h em superfícies metálicas.
Estudo publicado pelo órgão britânico de prevenção a infecções hospitalares mostra que coronavírus semelhantes ao novo Covid-19 sobreviveram por até nove dias em superfícies como plásticos, metais ou vidros. No entanto, a pesquisa foi conduzida em laboratório, com o vírus concentrado em condições ideais para sua sobrevivência. “Um corrimão em um ambiente movimentado teria um tempo muito menor”, diz Renato Kfouri, da SBIm. “Se um paciente com a doença espirrasse e tocasse no corrimão, também seria impossível estimar a quantidade de partículas infectantes e se seria o suficiente para contaminar outra pessoa”.
Mito: Vitamina C pode ajudar a prevenir o coronavírus
Realidade: “Não há nenhuma evidência que indique que a vitamina C previna ou trate qualquer infecção, muito menos o novo coronavírus”, diz Kfouri. De acordo com o médico, nenhuma vitamina tem eficácia comprovada na prevenção. Para diminuir as chances de contágio, as melhores práticas são lavar as mãos com frequência, evitar aglomerações e cobrir a boca e o nariz com o antebraço ao tossir ou espirrar.
Mito: Cuba anuncia vacina contra coronavírus
Realidade: Ainda não há nenhuma vacina ou medicamento com eficácia comprovada contra o coronavírus. Caso manifeste sintomas como febre e dificuldade de respirar e tenha retornado de viagem a países com ocorrência do vírus ou entrado em contato com pacientes confirmados, procure o serviço de saúde mais próximo e siga as orientações dos médicos. De acordo com orientações da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), todos os planos de saúde devem cobrir o teste para o coronavírus. O SUS (Sistema Único de Saúde) também oferece o exame.
Mito: Médicos tailandeses curam paciente com coronavírus em 48 horas
Realidade: Ainda não há um produto ou medicamento que ajude a prevenir ou tratar a infecção. Os órgãos de saúde recomendam evitar ficar perto de pessoas com infecções respiratórias graves, lavar as mãos com frequência, cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, evitar tocar as mucosas de nariz, olhos e boca, além de manter ambientes ventilados.
Mito: Produtos de origem chinesa podem estar infectados
Realidade: Não há evidências de que produtos enviados pela China ao Brasil possam trazer o novo coronavírus. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está monitorando aeroportos, portos e fronteiras, mas não há restrições sobre produtos ou alimentos fabricados na China, até mesmo porque o Coronavírus não resiste muito tempo fora do corpo humano e os objetos vindos da China costumam demorar a chegar no Brasil.
Mito: Lança-perfume, o popular “loló”, pode curar uma infecção
Realidade: Não existe nenhum estudo que comprove a eficácia do lança-perfume contra o novo vírus. Pelo contrário, há uma abundância de provas de que o loló pode causar perda de memória, náusea, dor de cabeça, desmaios e, em casos extremos, até paradas cardíacas ou respiratórias. O uso e comercialização do lança-perfume são proibidos no Brasil.
DE ACORDO COM A OMS (OU WHO):
O vírus COVID-19 pode ser transmitido em áreas com climas quentes e úmidos?
A partir das evidências até agora, o vírus COVID-19 pode ser transmitido em TODAS AS ÁREAS, incluindo áreas com clima quente e úmido. Independentemente do clima, adote medidas de proteção. A melhor maneira de se proteger contra o COVID-19 é limpar frequentemente as mãos. Ao fazer isso, você elimina os vírus que podem estar nas suas mãos e evita a infecção que pode ocorrer ao tocar seus olhos, boca e nariz.
O tempo frio e a neve podem matar o novo coronavírus?
Não há razão para acreditar que o clima frio possa matar o novo coronavírus ou outras doenças. A temperatura normal do corpo humano permanece em torno de 36,5 ° C a 37 ° C, independentemente da temperatura externa ou do clima. A maneira mais eficaz de se proteger contra o novo coronavírus é limpar frequentemente as mãos com álcool ou esfregar com água e sabão.
Tomar um banho quente impede a nova doença de coronavírus?
Tomar um banho quente NÃO impedirá que você pegue o COVID-19. Sua temperatura corporal normal permanece em torno de 36,5 ° C a 37 ° C, independentemente da temperatura do seu banho ou chuveiro. Na verdade, tomar um banho quente com água extremamente quente pode ser prejudicial, pois pode queimar você.
O novo coronavírus pode ser transmitido através de picadas de mosquito?
Até o momento, não há informações nem evidências que sugerem que o novo coronavírus possa ser transmitido por mosquitos. O novo coronavírus é um vírus respiratório que se espalha principalmente por gotículas geradas quando uma pessoa infectada tosse ou espirra, ou por gotículas de saliva ou secreção nasal. Portanto, evite contato próximo com quem estiver tossindo e espirrando.
Os secadores de mãos são eficazes para matar o novo coronavírus?
NÃO! Os secadores de mãos não são eficazes para matar o 2019-nCoV. Para se proteger contra o novo coronavírus, você deve limpar frequentemente as mãos com álcool em gel ou lavá-las bastante com água e sabão. Depois de limpar as mãos, você deve secá-las cuidadosamente usando toalhas de papel ou um secador de ar quente, evitando o compartilhamento de toalhas.
Uma lâmpada de luz ultravioleta pode matar o novo coronavírus?
As lâmpadas UV não devem ser usadas para esterilizar as mãos ou outras áreas da pele, pois a radiação UV pode causar irritação na pele.
Qual a eficácia dos scanners térmicos na detecção de pessoas infectadas com o novo coronavírus?
Os scanners térmicos são eficazes na detecção de pessoas que desenvolveram febre (ou seja, temperatura corporal acima do normal) devido à infecção pelo novo coronavírus. No entanto, eles não podem detectar pessoas que estão infectadas, mas ainda não estão com febre. Isso ocorre porque leva de 2 a 10 dias para que as pessoas infectadas fiquem doentes e desenvolvam febre.
A pulverização de álcool ou cloro em todo o corpo pode matar o novo coronavírus?
Não. A pulverização de álcool ou cloro em todo o corpo não mata vírus que já entraram no corpo. A pulverização de tais substâncias pode ser prejudicial para roupas ou mucosas (olhos, boca). Esteja ciente de que tanto o álcool quanto o cloro podem ser úteis para desinfetar as superfícies, mas eles precisam ser usados sob recomendações apropriadas.
As vacinas contra pneumonia protegem você contra o novo coronavírus?
Não. As vacinas contra pneumonia, como a vacina pneumocócica e a vacina contra o Haemophilus influenza tipo B (Hib), não oferecem proteção contra o novo coronavírus. O vírus é tão novo e diferente que precisa de sua própria vacina. Os pesquisadores estão tentando desenvolver uma vacina contra 2019-nCoV, e a OMS está apoiando seus esforços. Embora essas vacinas não sejam eficazes contra 2019-nCoV, é altamente recomendável a vacinação contra doenças respiratórias para proteger sua saúde.
A lavagem regular do nariz com solução salina pode ajudar a prevenir a infecção pelo novo coronavírus?
Não. Não há evidências de que lavar o nariz regularmente com soro fisiológico tenha protegido as pessoas da infecção pelo novo coronavírus. Existem evidências limitadas de que lavar o nariz regularmente com solução salina pode ajudar as pessoas a se recuperarem mais rapidamente do resfriado comum. No entanto, a lavagem regular do nariz não demonstrou prevenir infecções respiratórias.
Comer alho pode ajudar a prevenir a infecção pelo novo coronavírus?
O alho é um alimento saudável que pode ter algumas propriedades antimicrobianas. No entanto, não há evidências do surto atual de que comer alho tenha protegido as pessoas do novo coronavírus.
O novo coronavírus afeta apenas pessoas mais velhas ou as pessoas mais jovens também são suscetíveis?
Pessoas de todas as idades podem ser infectadas pelo novo coronavírus (2019-nCoV). Pessoas idosas e pessoas com condições médicas pré-existentes (como asma, diabetes, doenças cardíacas) parecem ser mais vulneráveis a ficar gravemente doentes com o vírus. A OMS aconselha pessoas de todas as idades a tomarem medidas para se protegerem do vírus, por exemplo, seguindo uma boa higiene das mãos e boa respiração.
Os antibióticos são eficazes na prevenção e tratamento do novo coronavírus?
Não, os antibióticos não funcionam contra vírus, apenas bactérias. O novo coronavírus (2019-nCoV) é um vírus e, portanto, os antibióticos não devem ser usados como meio de prevenção ou tratamento. No entanto, se você estiver hospitalizado para o 2019-nCoV, poderá receber antibióticos porque a coinfecção bacteriana é possível.
Existem medicamentos específicos para prevenir ou tratar o novo coronavírus?
Até o momento, não há nenhum medicamento específico recomendado para prevenir ou tratar o novo coronavírus (2019-nCoV). No entanto, aqueles infectados com o vírus devem receber cuidados adequados para aliviar e tratar os sintomas, e aqueles com doenças graves devem receber cuidados de suporte otimizados. Alguns tratamentos específicos estão sob investigação e serão testados através de ensaios clínicos. A OMS está ajudando a acelerar os esforços de pesquisa e desenvolvimento com diversos parceiros.
Foram tantas informações falsas que dá até vergonha alheia!
Se você ouviu falar de mais alguma informação duvidosa, aconselho checar no site da OMS, no departamento de saúde do seu país, estado ou cidade. Estamos nos prevenindo de algo muito sério, por isso as informações sobre o COVID-19 devem ser repassadas fidedignas ao que é verdadeiro, pois a contrário pode prejudicar a saúde de muitas pessoas. Com saúde não se brinca!
Seja um escritor do nosso Blog, clique aqui e saiba como.